domingo, 17 de maio de 2015

Caravela-portuguesa

A caravela-portuguesa (Physalia physalis) ou barco-de-guerra-português, apesar de sua aparência não é uma água-viva mas um sifonóforo, também do grupo dos cnidários, que na verdade não é um único organismo pluricelular, mas uma colônia de pequenos indivíduos chamados de zoóides. Estes zoóides estão ligados uns aos outros e interligados fisiologicamente, de forma que não podem viver independentemente. Tem cor azul e tentáculos cheios de células urticantes, e aparece nas águas de todas as regiões tropicais dos oceanos.

Características gerais

A caravela-portuguesa não se move - flutua à superfície das águas, empurrada pelo vento, mantendo seus tentáculos soltos abaixo, com a finalidade de capturar peixes para a sua alimentação. Os seus tentáculos podem chegar a 20m, contudo ela mede geralmente 30 cm.
A caravela portuguesa é normalmente identificada como uma medusa, mas na verdade é uma colónia de quatro tipos de pólipos. São eles:
  • Um pneumatóforo transformado numa vesícula cheia de ar;
  • Os domonoctozoóides que formam os tentáculos;
  • Os gastrozoóides que formam os "estômagos" da colónia; e
  • Os gonozoóides que produzem os gâmetas para a reprodução.
Os cnidócitos, que são as células urticantes, portadoras dos nematocistos, encontram-se nos tentáculos e são accionados pela "rede nervosa". A caravela-portuguesa tem dois tipos de nematocistos: pequenos e grandes; estes "órgãos" conservam as suas propriedades por muito tempo, mesmo que o indivíduo tenha ficado várias horas a seco na praia. A sua acção é baseada nas suas pressões osmótica e hidrostática individuais. Existem numerosas células sensoriais localizadas na
epiderme dos tentáculos e na região próxima da boca.
A caravela-portuguesa é importante para a alimentação das tartarugas-marinhas, que são imunes ao veneno.
Um animal semelhante é a Velella. O flutuador da caravela é simétrico bilateralmente com os tentáculos no final, enquanto a velella é simétrica radialmente com a vela em ângulo. Além disso, a caravela tem um sifão, e a velella não.

Reprodução

Um exemplar de caravela-portuguesa é na verdade uma colónia de organismos unissexuais. Cada indivíduo tem gonozoóides específicos (órgãos sexuais ou partes, do sexo masculino ou feminino, destinadas à reprodução). Cada gonozoóide é formado por gonóforos, que são pequenas bolsas contendo exclusivamente ovários ou testículos. Por isso esses animais são classificados como dioécios, ou seja, os sexos são sempre separados entre exemplares macho e fêmea.
Acredita-se que a fertilização da P. physalis ocorra em alto mar, pois os gâmetas dos gonozoóides são expelidos na água. Isso acontece porque os gonozoóides propriamente ditos destacam-se da estrutura principal e são lançados para fora da colónia. Esse facto pode ser uma resposta química que acontece quando grupos de caravelas-portuguesas estão presentes em uma mesma região. Uma densidade populacional mínima de caravelas-portuguesas é necessária para que ocorra a fertilização. Boa parte da reprodução acontece no período do outono, produzindo a grande quantidade de exemplares jovens que são comummente avistados durante o inverno e a primavera. O facto específico que desencadeia esse ciclo reprodutivo nessa época do ano ainda é desconhecido, mas começa provavelmente no Oceano Atlântico. A fertilização pode acontecer próximo à superfície. As suas larvas desenvolvem-se muito rapidamente, e transformam-se em pequenas criaturas flutuantes.

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